Com certeza a abertura do primeiro eletro-posto de recarga rápida do Brasil, localizado no estacionamento do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo, não foi motivada por demanda do serviço. O projeto é resultado da parceria da universidade com a concessionária de energia EDP, a Efacec e a Fundação Instituto de Administração (FIA). O aparelho tem capacidade de recarregar 80% da bateria de um veículo elétrico em 30 minutos, tendo em vista que esse tempo é em uma situação de bateria completamente descarregada.
Acompanhamos a primeira recarga de um carro elétrico utilizando o eletroposto. Novidades por aqui, os carregadores já são realidade na Europa e nos Estados Unidos. "A ideia é verificar se nossa rede de energia está preparada para essa tecnologia, pois, diferentemente dos carregadores convencionais, o sistema de carga rápida, além de necessitar de mais que o triplo de energia, atuará durante o dia, quando a rede está em plena atividade", diz Vítor Gardiman, gestor executivo da EDP, concessionária de energia patrocinadora do projeto.
O Mitsubishi i-MiEV foi o modelo escolhido para protagonizar o primeiro teste. Ele chegou com 45% de carga e levou 14 minutos para atingir 80% da capacidade das baterias. "Ele não ultrapassa esses 80% de armazenamento para não causar danos à bateria do veículo, pois a potência é de 50 kW. Em um carregador convencional, o valor é de 7 kW", diz José Carlos Santana, gerente comercial da Efacec, empresa que fornece o aparelho e é responsável por sua instalação no Instituto de Eletrotécnica e Energia.
A empresa Sinapsis acompanhará os impactos do sistema de recarga rápida na rede elétrica de São Paulo. "É apenas um primeiro passo, mas acreditamos que esse sistema se adaptará bem a nossa rede e será a solução para a única barreira que existe para a aceitação dos carros elétricos, a autonomia", diz o professor da FIA Paulo Feldmann.
Segundo os idealizadores do projeto, todas as montadoras que possuem modelos elétricos serão convidadas a utilizar o eletroposto, inclusive a Nissan, que possui duas unidades do Leaf rodando como táxi em São Paulo.
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